Eu fico impressionado como ainda existem algumas pessoas por aí que associam o conceito de marketing com coisas negativas como safadeza, enganação, ganhar dinheiro fácil, estelionato e outras barbaridades antiéticas e ilegais. Como em qualquer outra área, existem profissionais de todos os níveis no setor de marketing, com desempenhos que vão desde o ruim até o sensacional. Agora, generalizar nivelando tudo por baixo é de uma ignorância absurda, para dizer o mínimo.
É provável que haja uma associação inconsciente do popularesco termo “marketeiro” com campanhas políticas de reputação duvidosa em nosso país, fator que ainda assim não justifica a existência dessa grande distorção. A ignorância sobre o assunto chega a assustar e mostra o quanto o Brasil ainda precisa amadurecer, profissionalmente e culturalmente falando. Os Estados Unidos, um dos grandes celeiros do marketing mundial, continua a desenvolver essa ciência (sim, ciência porque envolve muita pesquisa e conhecimentos aprofundados em disciplinas como antropologia, psicologia, economia, sociologia, criatividade, inovação, comunicação, estatística, administração e tecnologia) e a inventar novos estudos e conceitos sobre o assunto. Se esse desenvolvimento continua em pleno vapor por lá, imaginem o quanto ainda precisa ser feito no Brasil.
Quando o assunto passa a ser Marketing Digital, então, a ignorância é ainda maior, uma vez que trata-se do velho marketing adaptado ao mundo em contínua e rápida mutação da Internet, onde o acompanhamento de todas as mudanças envolvidas tornou-se algo literalmente impossível. Não vou subestimar você, leitor deste blog, com explicações acadêmicas e consagradas sobre o que seria marketing. Isso você encontra aos montes por aí. Para a definição de Marketing Digital, veja esta postagem. Para a definição mais geral sobre o conceito de marketing, segue uma na qual eu acredito, chamando-a de marketing com M maiúsculo:
“Marketing é o eterno processo de adequação das atividades diárias de organizações diversas com o objetivo de encantar os clientes e gerar riqueza como resultado.”
E há dois conceitos nessa definição que precisam ser salientados. O primeiro, é que o “conceito de encantamento” foi aplicado com muito sucesso pela empresa Zappos, a qual, desde a sua fundação, encarou a cultura voltada para a experiência de compra e para a superação das expectativas de seus clientes (e não apenas a satisfação de suas necessidades) como questões centrais de seu core business. E foi com essa abordagem que a Zappos conseguiu fidelizar seus clientes, gerando identificação com a marca e, muito obviamente, os tão desejados lucros. E falando justamente em resultados, não se engane. Eu gosto muito de dinheiro mas eu prefiro usar o termo riqueza ao invés de lucro porque trata-se um conceito muito mais abrangente, envolvendo também resultados positivos como discussão, conscientização, educação, conhecimento, mobilização, engajamento e doações no caso de campanhas para organizações sem fins lucrativos, instituições de ensino variadas e ONGs diversas que também utilizam o marketing em suas atividades. Riqueza tem um sentido muito mais amplo, envolvendo o benefício da sociedade e do meio ambiente, do presente e do futuro, ao passo que lucro é um conceito mais imediatista que beneficia apenas alguns em detrimento da maioria e do futuro de todos.
Admito que esta definição de marketing é muito bonita na teoria mas, na prática, é óbvio que encontramos dificuldades e tudo fica mais complicado. Porém, se você não almeja algo grandioso em benefício de todos e, por consequência, de difícil realização, o que justifica sua reles existência neste minúsculo planeta azul?
Precisamos urgentemente de um mundo muito mais justo, sustentável e por fim muito mais inteligente se quisermos que as coisas continuem por aqui. Se tudo isso representa safadeza segundo a ótica de alguns, eu sou safado com muito orgulho!
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Este blog é um oferecimento da Afronta Marketing.
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Parabéns pelo POST Marcio Cruz!
Explana com precisão e realismo. Eu costumo dizer que na internet as coisa não fogem muito da realidade e, não digo virtual e sim Vírtu-Real. Tanto Ofline, quanto online existem bons e maus negócios, pessoas de boa índole, de má índole, assim como tem amadores, também encontramos profissionais da mais alta competência e sucesso comprovado naquilo que faz. Então com certeza não é muito ético generalizar e, assim nivelar por baixo. O que devemos e precisamos fazer (Caso queiramos é claro) para ter sucesso em nossos negócio é, pesquisar, avaliar e assim adquirirmos conhecimentos. A única torneira que pode ficar aberta derramando sem problemas é a do conhecimento!
Sucesso Sempre!
Concordo Eridan! O conhecimento é infinito e cabe a nós a humildade e o esforço contínuo para entender a realidade mutante ao nosso redor. Fácil é criticar, difícil é fazer a diferença. E somente a educação na acepção mais ampla da palavra é que será capaz de mudar este quadro. Espero que eu possa dar uma humilde contribuição nessa direção com as coisas que escrevo neste blog.
Abs!